O prefeito Bruno Patriota, do PSD, nem bem assumiu a Prefeitura de Ielmo Marinho e já enfrentará um processo administrativo pedindo a cassação dele. Isso porque na última quarta-feira, a Câmara Municipal da cidade aprovou o pedido (feito por uma moradora da cidade) de abertura do processo por diversas irregularidades em contratos firmados pela gestão municipal. São quase R$ 2 milhões em contratos firmados ou executados com indícios de irregularidade.
O maior deles – e também o mais grave – é referente a compra de combustível. A Prefeitura de Ielmo Marinho até fez licitação, mas o vencedor foi a empresa do sogro do prefeito – e que também fez doação de campanha, conforme denunciou o vereador Tarcísio Júnior, do PR, um dos que encabeça o movimento de apuração dessas irregularidades. Foram comprados pelo Município, simplesmente, R$ 1,6 milhão em combustíveis.
Outra irregularidade denunciada diz respeito à reforma de escola municipal em Ielmo Mrainho. Não houve processo licitatório e o contrato só foi publicado depois das obras concluídas. A contratação da empresa foi feita por meio de carta convite, no valor de R$ 145 mil. Os vereadores viram também irregularidade na construção de uma estrada vicinal, no valor de R$ 146 mil.
“Essa obra foi licitada, mas a empresa contratada usou máquinas da Prefeitura para realizar a construção. Do mesmo jeito ocorreu na obra de construção do calçamento no conjunto Cidade Verde (em Ielmo Marinho), quanto utilizaram também as máquinas da Prefeitura e até funcionários públicos”, afirmou Tarcísio Júnior. Essa obra de calçamento também custou R$ 145 mil.
Há uma terceira suposta irregularidade na contratação de uma empresa para realizar o transporte escolar no município, contudo, segundo o vereador, não há mais detalhes sobre esse contrato, uma vez que ele não foi publicado em lugar algum. “Buscamos mais informações sobre o contrato, mas a Prefeitura não liberou as informações”, explicou Tarcísio Júnior.
Segundo o vereador do PR, as irregularidades foram tantas que provocou até um “racha” na base aliada do prefeito Bruno Patriota. Dos seis vereadores que ele tinha, três romperam com ele e votaram favoráveis à abertura do processo de cassação. “Agora, alguns estão sendo coagidos para darem votos contrários, por exemplo, na comissão que será instaurada na próxima segunda-feira para começar os trabalhos de análise desses contratos e a cassação do prefeito”, revelou Tarcísio Júnior.
É importante ressaltar, conforme afirmou o vereador do PR, que além das irregularidades apontadas, a gestão de Bruno Patriota também estaria “deixando a desejar”. Durante cinco meses, a administração pública não conseguiu imprimir ações importantes e estaria sendo marcada pelo distanciamento da população de Ielmo Marinho, cidade localizada a 54 quilômetros de Natal.
“A Prefeitura está funcionando em um prédio alugado aqui em Natal, o que provoca um distanciamento muito grande dos moradores. O morador de Ielmo Marinho não consegue falar com o prefeito nem com seus assessores”, revelou o vereador Tarcísio Júnior.